Origem dos caminhos e trilhas
Os lugares ermos, denominados como sertões, sempre fascinaram os
viajantes que os desbravavam à procura de riquezas econômicas. As montanhas
com a sua imponência, sempre estimularam os desbravadores, aventureiros
e viajantes naturalistas.
O trecho da Serra do Mar e o Vale do Paraíba denominado como “Sertão
Ocupado por Índios Brabos” (índios Puris, Corópos e Coroados), permaneceu
inexplorado por quase 200 anos. Concentrados na Baixada Campista, as
populações de portugueses, nativos e africanos desprezaram as misteriosas
montanhas acima e o estreito Vale do Grande Rio (Rio Paraíba do Sul).
Até cerca de 1800, os obstáculos naturais se mostravam um grande empecilho
para os desbravadores. Porém, a partir do fim do séc. XVIII e princípios do XIX,
o interesse por novas terras férteis, a catequização dos indígenas pelos
Capuchinhos Missionários (1781), o fluxo entre o litoral e os distritos mineradores
e o espírito de aventura, estimularam os colonizadores.
Nesta época, a abertura dos portos brasileiros atraiu cientistas e naturalistas
europeus, que desembarcavam no Rio e seguiram em expedições para o
interior, interessados nas nossas riquezas naturais. A Serra do Mar, entre
Teresópolis, Friburgo e Santa Maria Madalena – um dos principais centros de
endemismo florístico do país – tornou-se o destino obrigatório de muitos deles
como Saint-Hilaire, Schott, Beyrich, Sellow, Von Martius, Charles Darwin,
George Gardner e Glaziou entre outros, que descreveram e registraram em
desenhos a riqueza do ambiente serrano.
Foram três os principais caminhos de penetração que influenciaram a ocupação
de terras próximas ao atual Parque Estadual do Desengano: o Caminho
das Minas de Cantagalo (Garganta da Serra de Boa Vista), o Caminho de
Macabu (Vale do Imbé) e o Caminho do Paraíba (a partir da Planície
Campista).
As trilhas, originalmente abertas pelos indígenas em plena Mata Atlântica,
traçaram o desenho básico de vários caminhos secundários, estimulando
assim a produção agrícola, a formação de núcleos rurais, e viabilizaram a
circulação de pessoas, a troca de informações e mercadorias. Na região do
[ 77 ]
Desengano, esta extensa rede de caminhos ultrapassou as mais altas montanhas
e profundos vales enflorestados, percorrendo margens e cruzando
calhas de rios e córregos, como o Mocotó, Bela Joana, Preto, Segundo-Norte,
Morumbeca, Aleluia, Imbé, entre outros. Era através de suas “picadas” e por
meio das tropas de burro, que moradores da floresta e agricultores escoavam
sua produção, especialmente de café, para se deslocar entre os núcleos rurais
e acessavam os locais de extrativismo.
Foi com o auxílio dos saberes indígenas (senso de orientação, conhecimentos
geográficos e naturais) que os desbravadores conseguiram transpor a Serra
do Rio Preto (nome anterior que recebiam as serras que formam hoje o Parque
Estadual do Desengano) e seus contrafortes mais altos, como a Serra Grande,
Itacolomi, Malhada Branca e Desengano, ligando a face continental à atlântica.
Alguns destes traçados, reminiscências históricas, foram mapeados e resgatados.
Travessias históricas, como a que ligava o Itacolomi ao Mocotó, caminhos
de acesso a determinados atrativos naturais, como as inúmeras cachoeiras,
poços e picos de observação estarão disponíveis para os visitantes neste
guia.
Com isto, o caminhante, pesquisador e/ou praticante de esporte, poderá
desfrutar a pé de paisagens fascinantes; percorrer, marcar com pegadas,
fotografar, observar e interagir de perto, conhecendo os pequenos e grandes
encantos desta bela região.
viajantes que os desbravavam à procura de riquezas econômicas. As montanhas
com a sua imponência, sempre estimularam os desbravadores, aventureiros
e viajantes naturalistas.
O trecho da Serra do Mar e o Vale do Paraíba denominado como “Sertão
Ocupado por Índios Brabos” (índios Puris, Corópos e Coroados), permaneceu
inexplorado por quase 200 anos. Concentrados na Baixada Campista, as
populações de portugueses, nativos e africanos desprezaram as misteriosas
montanhas acima e o estreito Vale do Grande Rio (Rio Paraíba do Sul).
Até cerca de 1800, os obstáculos naturais se mostravam um grande empecilho
para os desbravadores. Porém, a partir do fim do séc. XVIII e princípios do XIX,
o interesse por novas terras férteis, a catequização dos indígenas pelos
Capuchinhos Missionários (1781), o fluxo entre o litoral e os distritos mineradores
e o espírito de aventura, estimularam os colonizadores.
Nesta época, a abertura dos portos brasileiros atraiu cientistas e naturalistas
europeus, que desembarcavam no Rio e seguiram em expedições para o
interior, interessados nas nossas riquezas naturais. A Serra do Mar, entre
Teresópolis, Friburgo e Santa Maria Madalena – um dos principais centros de
endemismo florístico do país – tornou-se o destino obrigatório de muitos deles
como Saint-Hilaire, Schott, Beyrich, Sellow, Von Martius, Charles Darwin,
George Gardner e Glaziou entre outros, que descreveram e registraram em
desenhos a riqueza do ambiente serrano.
Foram três os principais caminhos de penetração que influenciaram a ocupação
de terras próximas ao atual Parque Estadual do Desengano: o Caminho
das Minas de Cantagalo (Garganta da Serra de Boa Vista), o Caminho de
Macabu (Vale do Imbé) e o Caminho do Paraíba (a partir da Planície
Campista).
As trilhas, originalmente abertas pelos indígenas em plena Mata Atlântica,
traçaram o desenho básico de vários caminhos secundários, estimulando
assim a produção agrícola, a formação de núcleos rurais, e viabilizaram a
circulação de pessoas, a troca de informações e mercadorias. Na região do
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Desengano, esta extensa rede de caminhos ultrapassou as mais altas montanhas
e profundos vales enflorestados, percorrendo margens e cruzando
calhas de rios e córregos, como o Mocotó, Bela Joana, Preto, Segundo-Norte,
Morumbeca, Aleluia, Imbé, entre outros. Era através de suas “picadas” e por
meio das tropas de burro, que moradores da floresta e agricultores escoavam
sua produção, especialmente de café, para se deslocar entre os núcleos rurais
e acessavam os locais de extrativismo.
Foi com o auxílio dos saberes indígenas (senso de orientação, conhecimentos
geográficos e naturais) que os desbravadores conseguiram transpor a Serra
do Rio Preto (nome anterior que recebiam as serras que formam hoje o Parque
Estadual do Desengano) e seus contrafortes mais altos, como a Serra Grande,
Itacolomi, Malhada Branca e Desengano, ligando a face continental à atlântica.
Alguns destes traçados, reminiscências históricas, foram mapeados e resgatados.
Travessias históricas, como a que ligava o Itacolomi ao Mocotó, caminhos
de acesso a determinados atrativos naturais, como as inúmeras cachoeiras,
poços e picos de observação estarão disponíveis para os visitantes neste
guia.
Com isto, o caminhante, pesquisador e/ou praticante de esporte, poderá
desfrutar a pé de paisagens fascinantes; percorrer, marcar com pegadas,
fotografar, observar e interagir de perto, conhecendo os pequenos e grandes
encantos desta bela região.